Acústico - 2012
Atualizado: 23 de fev. de 2021

01 Carta
02 Canção Simples
03 Canção de Engate
04 Já Não Te Encontro Mais (feat. Lura)
05 Os Dois
06 O Jogo
07 Só Mais Uma Volta
08 Laços
09 Chocámos Tu e Eu
10 Pó de Arroz
11 Cenário (Janela No Rio)
12 Eu Esperei
13 Caminho de Voltar
14 Temporal
15 Laços (feat. Jorge Palma)
01 Carta
Não falei contigo
com medo que os montes e vales que me achas caíssem a teus pés...
Acredito e entendo
que a estabilidade lógica de quem não quer explodir
faça bem ao escudo que és...
Saudade é o ar
que vou sugando e aceitando como fruto de Verão
nos jardins do teu beijo...
Mas sinto que sabes que sentes também que num dia maior serás trapézio sem rede
a pairar sobre o mundo e em tudo o que vejo...
É que hoje acordei e lembrei-me que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua
numa chama minha e tua.
Desconfio que ainda não reparaste
que o teu destino foi inventado por gira-discos estragados aos quais te vais moldando
E todo o teu planeamento estratégico de sincronização do coração
são leis como paredes e tetos cujos vidros vais pisando
Anseio o dia em que acordares
por cima de todos os teus números
raízes quadradas de somas subtraídas sempre com a mesma solução
Podias deixar de fazer da vida um ciclo vicioso
harmonioso ao teu gesto mimado e à palma da tua mão
É que hoje acordei e lembrei-me que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
Nela te pinto nua
numa chama minha e tua.
Desculpa se te fiz fogo e noite sem pedir autorização por escrito ao sindicato dos Deuses...
mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei como refúgio dos meus sentidos
pedaço de silêncios perdidos que voltei a encontrar em ti...
É que hoje acordei e lembrei-me
Que sou mago feiticeiro...
... nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.
Numa chama minha e tua.
Ainda magoas alguém
O tiro passou-me ao lado
Ainda magoas alguém
Se não te deste a ninguém magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado.
02 Canção simples
Há qualquer coisa de leve na tua mão
qualquer coisa que aquece o coração
Há qualquer coisa quente quando estás
qualquer coisa que prende e nos desfaz
e fazes muito mais que um sol
fazes muito mais que um sol
N forma dos teus braços sobre os meus
no tempo dos meus olhos sobre os teus
desço nos teus ombros para provar
tudo aquilo que pediste para mudar
e fazes muito mais que um sol
fazes muito mais que um sol
fazes muito mais que um sol
fazes muito mais...
Tens os raios fortes a queimar
todo o gelo foi o que construí
Entras no meu sangue devagar
e eu transbordar dentro de ti
Tens os raios brancos como o rio
Sou eu que saio do escuro para te ver
Tens os raios puros no luar
Sou quem grita fundo para te ter
fazes muito mais que o sol
fazes muito mais...
Quero ver as cores que tu vês
Para saber a dança que tu és
Quero ser do vento que te faz,
quero ser do espaço onde estás
Deixa ser tão leve a tua mão
para ser tão simples a canção
Deixa ser das flores o respirar
para ser mais fácil te encontrar
fazes muito mais que o sol
fazes muito mais...
Vem, quebrar o medo, vem
saber se há depois
e sentir que somos dois
mas que juntos somos mais...
Quero ser razão para seres maior
Quero te oferecer o meu melhor
e fazes muito mais que um sol
fazes muito mais que um sol…
03 Canção de Engate (António Variações)
Tu estás livre e eu estou livre
e há uma noite para passar
Porque não vamos unidos?
Porque não vamos ficar
na aventura dos sentidos?
Tu estás só e eu mais só estou
Tu que tens o meu olhar
Tens a minha mão aberta
à espera de se fechar
nessa tua mão deserta
Vem que o amor não é o tempo
nem é o tempo que o faz
Vem que amor é o momento
em que eu me dou, em que te dás
Tu que buscas companhia
e eu que busco quem quiser
ser o fim desta energia,
ser o corpo de prazer,
ser o fim de mais um dia
Tu continuas à espera
do melhor que já não vem
e a esperança foi encontrada
antes de ti por alguém
e eu sou melhor que nada!
Vem que o amor não é o tempo
nem é o tempo que o faz
Vem que amor é o momento
em que eu me dou, em que te dás
04 Já não te encontro mais (com Lura)
Já não te encontro mais,
ai saudade de te encontrar.
Se não te encontro mais,
quem de ti se vai lembrar.
A força nos dois,
desfeita a teus pés.
Não me vês... não me vês
Sou eu, não me vês.
Já não te sinto mais,
ai vazio de não te amar.
Se não te encontro mais,
ai o frio de não te amar.
É escuro o depois,
perdido a teus pés.
Não te vês, não te vês
És tu, não te vês
Razão que nos fez, da luz o calor,
Ai o amor... ai o amor
morreu, não me vês.
sou eu, sou eu, sou eu, não me vês.
05 Os dois
Eu não sei quantas vezes te vais matar até eu cair
Eu não sei quantas vezes vais fugir para não voltar
Eu não sei qual das fugas iguais será excepção
E talvez um dia seja eu a largar a mão
Eu quero ver quantas vezes me vais ferir até ganhar
Quero saber se o que vem te dá razões para confiar
e entender que eu te sei sarar, te sei fazer feliz
Hoje vou-te querer roubar outra vez
Hoje vou-te querer provar outra vez
Vem viajar e ficando para depois... os dois.
Ninguém te vai prometer que é para sempre a paixão
Ninguém te vai jurar que é o fim da solidão
Mas eu não te sei apagar sem que possas entender:
o que o acaso nos mostrou a razão fez esquecer.
Porque eu sei que existir ao pé de ti é bem melhor
Eu sei que depois da tempestade vem azul
Eu já sei de cor o espaço do teu corpo para mim
Hoje vou-te querer roubar outra vez
Hoje vou-te querer provar outra vez
Vem viajar e ficando para depois... os dois.
Eu não sei quantas vezes te vais matar até cair
Mas se é tão fácil escurecer e tão simples eu fugir...
Hoje vou-te querer roubar outra vez
Hoje vou-te querer provar outra vez
Vem viajar e ficando para depois,
os dois.
06 O jogo
Mais um dia em vão no jogo em que ninguém ganhou
Dá mais cartas, baixa a luz e vem esquecer o amor
És tu quem quer,
sou eu quem não quer ver que o tudo é tão maior.
Aqui está frio demais para apostar em mim.
Vê que a noite pode ser tão pouco como nós
Neste quarto o tempo é medo e o medo faz-nos sós
És tu quem quer
mas eu só sei ver que o tempo já passou e eu fugi
que aqui está frio demais para te sentir... mas queres ficar.
Tudo o que é meu
é tudo o que eu
não sei largar
Queres levar
tudo o que é meu
e tudo o que eu
não sei largar
Vem rasgar o escuro desta chuva que sujou!
Vem que a água vai lavar o que te dói!
Vem que nem o último a cair vai perder.
Tudo o que é meu
é tudo o que eu
não sei largar
Queres levar
Tudo o que é meu
e tudo o que eu
não sei largar
Vem rasgar o escuro desta chuva que sujou!
Vem que a água vai lavar o que te dói!
Vem que nem o último a cair vai perder.
07 Só Mais Uma Volta
Só mais uma volta
Só mais uma volta a mim
Só mais uma volta desta ninguém vai cair
Só mais uma vez que vês que ninguém está aqui
Queres só mais uma volta e desta ninguém vai cair
Tempo frio afasta o tempo que nos afastou
Primavera lança o laço que nos amarrou
Tempo quente dá vontade de não resistir
Queres só mais uma volta e desta ninguém vai cair
Ainda te sinto a seguir
o rasto que deixo a correr
Ainda penso em ti...
pensa em mim,
mas só mais uma vez.
Diz-me ao que queres jogar que eu vou querer também
Diz-me quanto queres de mim para te sentires bem
Não te vejo bem ao longe não sei distinguir
Queres só mais uma volta e desta ninguém vai cair
E ainda te sinto a seguir
o rasto que deixo a correr
Ainda penso em ti...
pensa em mim,
mas só mais uma vez.
Diz-me quanto tens de honesto, quanto tens de bom
Diz-me quantas provas queres, diz-me quanto sou
Já não sinto nada dentro, não sei perceber...
Queres só mais uma volta e desta ninguém vai dizer.
E ainda te sinto a seguir
o rasto que deixo a correr
Ainda penso em ti...
pensa em mim,
mas só mais uma vez.
08 Laços
Andamos em voltas rectas na mesma esfera,
onde ao menos nos vemos porque o fumo passou
E a chuva no chão revela os olhos por trás
Há que levar o restolho do que o tempo queimou
Tens fios de mais a prender-te as cordas
mas podes vir amanhã acreditar no mesmo deus
Tens riscos de mais a estragar-me o quadro.
Se queres vir amanhã acreditar no mesmo deus,
devolve-me os laços, meu amor
Andamos em voltas rectas na mesma esfera
Mas podes vir amanhã,
se queres vir amanhã,
podes vir amanhã
Tens riscos de mais a estragar-me a pedra
Mas se vieres sem corpo à procura de luz,
Devolve-me os laços, meu amor
Meu amor
09 Chocámos tu e eu
Sei que não vais mudar dentro da ilusão,
mas queres parar por ser bom saber que há a minha mão
para descansar,
para te esconder e não mostrar.
Vem!
Não vou perguntar se não queres dizer
Deixa ser o que é bom sentir só mais uma vez,
quase sem tocar, para respirar, só mais uma vez.
Quando eu não quis ver
foi a deslizar,
quando ninguém quis parar, cresceu...
E então chocámos tu e eu.
Diz-me onde estás, vou ter aí já sem razão para desculpar,
já sem saber para onde ir para te fugir,
para me esquivar,
não me destruir.
Quando eu não quis ver
foi a deslizar,
quando ninguém quis parar, cresceu...
E então chocámos tu e eu.
Hoje vais dizer que já não tens paz,
Hoje vens pedir para te ensinar.
Quando ninguém viu, como chuva cai o rio cresceu,
e então chocámos tu e eu.
Sei que não vais mudar e que eu vou partir,
eu quero alguém que me queira bem para me construir.
10 Pó de Arroz (Carlos Paião)
Pó de Arroz,
na face das pequenas
Será beleza apenas, só
Uma corzinha com
Pó de arroz
Rosa é, mulher o pôs
E o homem vai nas cenas
Eva e Adão outra vez
É como enfeitar um embrulho
Arroz com gorgulho talvez
Pó de arroz
do teu arrozal
Esse pó que é fatal
És a tal que me encanta com
Pó de Arroz
Não faz nenhum mal
É de arroz integral
Infernal, quando chegas com
Todo o teu arroz (bis)
Pó de Arroz
Tens hoje só pra mim
Pós de perlimpimpim
És um arroz doce sim
Pode ser
Um canto de sereia
Serei a tua teia
E tu serás meu algoz
Mas quando te vais alindar
Alindada vens dar no arroz
11 Cenário (Janela no Rio)
Noite é querer
é poder
é disfarce
é deixar para trás
e largar
Escuro é esconder
é guardar
é um livro esquecido
e papel para escrever
Há uma janela no rio
Há um monte a tapar
Há vento que entra frio
e tu a olhar
Mais uma carta rendida
num cenário que manda dançar
Mais uma dança perdida
e a noite só para lembrar
Que é mais uma carta rendida
num cenário que manda dançar
Mais uma dança perdida
e a noite só para lembrar
Festa é gritar
é ganhar
é correr
é fugir demais
...fugir demais
Há uma janela no rio
Há um monte a tapar
Há vento que entra frio
e tu a olhar
Mais uma carta rendida
num cenário que manda dançar
Mais uma dança perdida
e a noite só para lembrar
Que é mais uma carta rendida
num cenário que manda dançar
Mais uma dança perdida
e a noite só para lembrar
Noite é poder
é querer
é chorar em teus braços
teus olhos
teus traços
teus lábios
meus passos
Em ti eu acabo
Meu fado é o teu fado
Meu fado é o teu fado
Tenta parar!
Mais uma carta rendida
num cenário que manda dançar
Mais uma dança perdida
e a noite só para lembrar
Que é mais uma carta rendida
num cenário que manda dançar
Mais uma dança perdida
e a noite só para lembrar
12 Eu Esperei
Eu esperei
mas o dia não se fez melhor
e o sujo não se quis limpar
inventou mais flores em meu redor
como se eu não fosse olhar
Enfeitou as ruas para cobrir
terra seca de não semear
deram-me água turva a beber
dizem cura e força e solução
como se eu não fosse olhar
Eu esperei
mas o fumo não saiu da estrada
Arde o sonho em troca de nada
Dizem festa, mas é solidão
Como se eu não fosse olhar
A mentira não se fez verdade
A justiça não se fez mulher
A revolta não se fez vontade
Braços novos sem educação
Sangue velho chora de saudade!
Eu esperei
dizem luta mas não há destino
dão-me luzes mas não é caminho
dizem corre mas não é batalha
como quem não quer mudar!
Esta corda não nos sai das mãos
esta lama não nos sai do chão
esta venda não deixa alcançar.
cantam “armas” mas não é amor
mão no peito mas não é amar
fato justo mas sem lealdade
cavaleiro mas já sem moral
braços sujos que se vão esconder
braços fracos não são de lutar
braços baixos não se querem ver
como se eu não fosse olhar!
Eu esperei
pelo tempo transparente em nós
pelo fruto puro de escolher
pela força feita de alegria
mas o povo dorme na ilusão
e a tristeza é forma de sinal
...liberdade pode ser prisão...
Meu Deus, livra-nos do mal
e acorda Portugal...
13 Caminho De Voltar
Há sempre um sítio para fugir,
se queres saber,
um sítio onde podes descansar.
Há sempre alguém para te agarrar,
ou te esconder.
Se vais cair eu vou te ver
antes da dança, antes da fuga, eu sei-te ver.
Antes do tempo te mudar eu vou saber
Antes da névoa te vestir e te levar,
há um sítio onde o escuro não chegou
para onde podes ir,
Há sempre alguém para te salvar,
Há sempre alguém pra te salvar,
se queres saber,
se queres sentir outro lugar.
Há sempre alguém para te dizer se vais cair
para te travar e adormecer.
antes do dia, antes da luta, eu sei te ver.
Antes da noite te sarar eu vou saber,
antes da chuva te romper e te lavar,
há um sítio onde a estrada te deixou
por onde tens que ir se te queres libertar.
E tudo o que for por bem,
tudo o que der razão
como ponte vai ligar.
Tudo te vai unir,
tudo se faz canção no caminho de voltar.
Há sempre paz noutro lugar,
entre nuvens,
um sítio onde podes perceber
que há sempre alguém para te ver,
em segredo, te descobrir e renovar.
14 Temporal
Quando o teu sonho arder no temporal
Tenta te descobrir
Tenta te perceber
Guarda para lá do mar o que tentamos ser
Enquanto o mundo se inventa
vou apontando para disparar
Enquanto muito se imita
vou carregando para arrancar
Porque só sabe quem tenta
Porque só arde o que vem de ti
Porque só cede quem cega
Porque não finge quem é de si
Quando o teu sonho arder no temporal
Tenta te descobrir
Tenta te perceber
Guarda para lá do mar o que tentamos ser
Sei que há gente que nega
Sei que há gente sem direção
Sei que há gente que ferra quando despe imitação
Mas é de ferro esta seta e há verdade noutro lugar
É eterno o poeta,
acredita quem navegar
Quando o teu sonho arder no temporal
Tenta te descobrir
Tenta te perceber
Guarda para lá do mar o que tentamos ser
E quando não se confia
E quando o mundo nos cerca
Quando o olhar se desvia
Quando o deserto nos cerca
Canta o que te ergue
que mãos dormentes não vão saber
Canta por quem te segue
Canta para quem te vê crescer
Quando o teu sonho arder no temporal
Tenta te descobrir
Tenta te perceber
Guarda para lá do mar o que tentamos ser